Projeto Sementes e Luas

Esta pequena série ilustrada e poética trata de uma singela reverência ao feminino e à natureza cíclica que nos sustenta. Entender, respeitar e conectar-se com o ciclo natural, são formas de manter o equilíbrio da biodiversidade e das relações e emoções, dignificando a vida humana, animal e vegetal.

A série de ilustrações com poesias representa estas quatro fases:

1- Inverno - A criança - Lua nova - Início do ciclo

2 - Primavera - A donzela - Lua crescente - Fase folicular

3 - Verão - A mulher - Lua cheia - Ovulação

4 - Outono - A anciã - Lua minguante - Fase lútea



 






Anciã - outono - fase lútea


Vídeo com a artista apresentando o projeto:



Entrevista na Tua Rádio com Carlinhos Santos e Isadora Martins


 
Material Educativo do projeto Sementes e Luas


Mulheres Inspiradoras - Projeto Sementes e Luas
 

Motivações artísticas:

A pandemia no Brasil começou no verão de 2020, entre o final de fevereiro e o início de março. Seguimos lidando com ela na primavera, e provavelmente continuaremos por mais tempo.

Assim como as estações, a pandemia tem ciclos marcados pela incerteza, confusão, insegurança, mentiras, violência, depressão, introspecção, reconexão e ressignificação. Durante as ações de isolamento social, os casos de violência contra a mulher no Rio Grande do Sul aumentaram em mais de 60%, e infelizmente este dado se repete em outros estados e países. Desta forma, lidamos com duas pandemias: uma viral e contemporânea, e outra opressora e secular.

Quando a vida surge de uma semente, o ambiente onde ela está dita como será o seu crescimento e o seu desenvolvimento, e quais as oportunidades para que aquela vida se desenvolva no mínimo ou no máximo do seu potencial. A pandemia tem sua semente na crise ambiental, e esta se origina na ganância humana.

Mesmo com os inúmeros estudos alertando que estamos matando o nosso planeta, a maioria menospreza a Ciência. Nosso planeta, uma linda nave orgânica que nos nutre, está morrendo pela devastação causada por agrotóxicos, monocultura, agronegócio, queimadas florestais, lixo plástico, consumo desenfreado, algoritmo das redes e políticas econômicas desastrosas.  

Diariamente recebemos as notícias em números. Enumeramos mortos, vítimas de feminicídio, violência, desmatamento, racismo e preconceito; enquanto os números do PIB tentam justificar a violência da miséria humana e da natureza.

Os números são citados no lugar dos nomes, das vidas, das histórias e das famílias que estão em luto, oprimidas por indivíduos que acreditam ter o direito de agredir e matar mulheres, indígenas, trans, gays, negros e tudo o que consideram inferior.

Vandana Shiva, é Ph.D. em Física e ecofeminista indiana. Desde os anos 1980 pesquisa e luta contra a colonização do saber e do poder, que inviabiliza e subjuga a cultura e os conhecimentos ancestrais, além de dificultar ou impossibilitar pequenos e ecológicos sistemas agrícolas. Vandana chama este empobrecimento humano e ambiental de “monocultura da mente”, termo que ela cunhou em seu livro Monoculturas da Mente - Perspectivas da Biodiversidade e Biotecnologia, lançado em 1993.

Conforme Vandana nos ensina, a monocultura, antes de ser semeada no solo, precisou ocupar a mente humana. A crise atual comprova a sua teoria e escancara esse controle ideológico, sociocultural e econômico. Desta forma, é vital que haja produção de conteúdo artístico, que busque gerar questionamentos e resgatar o valor da vida e da natureza. 

A arte possibilita valorizar esta energia feminina que gera e sustenta a vida com intuição, firmeza e amorosidade, como Vandana e tantas outras mulheres inspiradoras fizeram ao longo dos anos, abrindo caminhos nesse ardiloso labirinto imposto pela colonização ocidental.

Sugestão de atividade:

Nas mais diversas culturas, o contador de histórias tem a função de guardar as memórias e as sagradas tradições do seu povo para usá-las como forma de ensinamentos para as futuras gerações.

Escreva e/ou ilustre a história de uma mulher inspiradora que você conheça, para que esta memória não desapareça. Poste nas suas redes com a #SementeseLuas e multiplique histórias de sabedoria.

Se quiser enviar seu trabalho para nós, ficaremos muito felizes de acompanhar essa rede de florescimento. Envie sua história ou desenho para o Insta @gioedoug ou e-mail gmazzochi@gmail.com.


Mulheres que inspiraram o projeto:


Vandana Shiva

Dedica grande parte de sua vida na defesa da biodiversidade, do conhecimento dos povos nativos e das mulheres.
Existem inúmeros vídeos na internet onde esta líder sensível e sábia explana suas ideias. Recomendo assistir e sentir com ela a força da natureza brotando.

Algumas publicações literárias:
Óleo no solo não
Permanecendo vivo
Biopirataria: a pilhagem da natureza e do conhecimento
Monoculturas da mente: perspectivas sobre a biodiversidade
Fazendo a paz com a Terra


Clarissa Pinkola Estés

Psicóloga junguiana, obteve seu doutorado em psicologia étnico-clínica, especializada em tratamentos pós-traumáticos. Poeta e escritora de origem indígena e mexicana, foi adotada por húngaros, ainda pequena. Sua literatura aborda sobre o feminino, seus mistérios, fragilidades e potências com base na psicologia, nos mitos, nos contos e nas histórias ancestrais.

Alguns de seus livros que inspiraram o projeto:
1992 - Mulheres que correm com os lobos
2006 - A ciranda das mulheres sábias: ser jovem enquanto velha, velha enquanto jovem
2012 - Libertem a mulher forte: o amor da mãe abençoada pela alma


Jamie Sams

É escritora, professora, xamã, ativista pelos direitos dos povos originários e nasceu em Waco, no Texas. Descendente de seneca, cherokee e franceses. É neta da escritora senegalesa Twyla Nitsch.

Sams dedicou a vida para proteger, educar e valorizar a cultura dos povos originários, criando diversos programas de educação, auxílio e proteção, além de doar uma grande porcentagem dos royalties recebidos de seus livros para ações em prol dos povos e culturas nativas. Jamie tem 12 livros publicados, dois deles foram fonte de inspiração para este projeto: 
As Cartas do Caminho Sagrado
Cartas Xamânicas.


Carine Panigaz

Vulvabell é originalmente um projeto de Street Art da artista caxiense Carine Panigaz, que atualmente reside em Portugal.

As paredes e muros das ruas oferecem um espaço de exibição democrático, pois são de livre acesso a todos. Surge aí o suporte central deste projeto, que é colar vulvas pelos muros do mundo. Pretende-se, através da intervenção urbana, chamar a atenção à sexualidade, ao autoconhecimento e ao prazer sexual feminino, que há séculos é reprimido. 


Chiara Lorenzzetti Herrera

É musicoterapeuta, psicóloga e musicista de Caxias do Sul. Possui uma ampla vivência em músicas e danças da cultura brasileira. Desde 2002 trabalha com a prática da musicoterapia no contexto clínico de tratamento, reabilitação ou prevenção de saúde e bem-estar, auxiliando o desenvolvimento do indivíduo através de experiências musicais.

Acompanhou o processo de construção deste projeto artístico, contribuindo através de conversas e do trabalho de musicalização com a artista e produtora.


Aline Tanaã Tavares

É psicóloga, instrutora de yoga, atriz e facilitadora de Caxias do Sul. Propõe a vivência ‘Sinta-se’, uma experiência poética de autoconhecimento para quem busca uma expressão autêntica do seu Ser.

A vivência propõe a experimentação através dos cinco elementos (terra, água, fogo, ar, éter) com o objetivo de ampliar a percepção dos nossos corpos físico, emocional, mental, energético e espiritual.

Sinta-se é pautada no movimento consciente, nas práticas corporais das artes cênicas e na ciência do yoga, onde a expressão pessoal é uma experiência sagrada e criativa.


Adriana Antunes e Ana Júlia Poletto

Adriana e Ana Júlia são escritoras, artistas plásticas e as idealizadoras do ateliê Casa do Caramujo, de Caxias do Sul. Além da produção artística das fundadoras, o ateliê oferece oficinas de ilustração, cerâmica e artesanato, para crianças e adultos. O atelier foi construído a partir de uma antiga pipa de vinho, proporcionando um espaço aconchegante, cheio de frescor, poesia e respeito ao fluxo natural da vida.


Natalia Borges Polesso

Nasceu em Bento Gonçalves, é escritora, pesquisadora e tradutora. É doutora em Teoria da Literatura pela PUCRS.

Seu primeiro livro, Recortes Para Álbum de Fotografia Sem Gente, venceu o Prêmio Açorianos de 2013. Ganhou o Prêmio Jabuti de 2016 com o livro de contos Amora, em que explora as nuances das relações homoafetivas entre mulheres. Em 2017 foi incluída na lista Bogotá39, que reúne os 39 escritores mais destacados da América Latina. Em 2019 lançou seu primeiro romance, Controle. A autora tem seu trabalho traduzido para o inglês e o espanhol, e sua obra está publicada em diversos países.


Maria Lavrandeiras

Paula e Pâmela Lavrandeiras são irmãs gêmeas, criadoras da Marias Lavrandeiras, com criações inspiradas nos princípios da economia solidária e feminista; e realizadas a partir de técnicas artesanais, manuais e sustentáveis como o stencil, a costura, a customização, o alinhavo e a reutilização de madeira mdf. As estampas fazem memória de mulheres que romperam com o patriarcado e que inspiram coletivos e movimentos feministas. Também provocam para pensar outra cultura política, aquela que é justa, humana e igualitária, pois como disse a revolucionária Rosa Luxemburg, “quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem.”


Paula Duró

Artista visual de Buenos Aires, que traz para suas criações um universo místico do folclore da América Latina pré-hispânica.


Trini Aguilar

Dançarina, antropóloga e doutora em educação, tem um extenso trabalho sobre as tradições andinas, africanas, eslavas e celtas. Viaja pelo mundo levando a semente do ativismo poético.


Morena Cardoso
É facilitadora e visionária da DanzaMedicina, terapeuta corporal, escritora e ativista.

Conheça mais sobre os artistas Gio e Doug:

Instagram @gioedoug
YouTube: Gio e Doug Artes



Fomento: Fac Digital RS 2020

www.cultura.rs.gov.br, www.feevale.br e www.feevaletechpark.com.br

@sedac_rs, @feevale e @feevaletechpark;


#SementeseLuas
#ecofeminismo
#feminismo
#tarot
#cartasdocaminhosagrado
#ciclodanatureza
#ciclodamulher
#watercolor
#ilustração #ilustration #ilustracion
#gioedoug
#culturaessencial
#facdigitalrs 
#feevale #feevaletechpark





Nenhum comentário:

Postar um comentário